quinta-feira, 12 de novembro de 2015

ANTÓNIO COSTA E OS DETALHES DO GOVERNO COM A EXTREMA ESQUERDA
(Texto de 20 de Outubro de 2015)

António Costa e o PS, Catarina Martins e o BE foram hoje ao Presidente da República dizer que têm uma solução sólida e sustentável para governar.

Há apenas pequenos detalhes a acertar para fechar o acordo de governo da coligação de esquerda, nomeadamente, se o BE e o PCP participam ou não no Governo! É preciso ter lata!

Sejamos sérios e falemos claro: o que isto significa é que António Costa e Catarina Martins foram ao Presidente da República com uma mão cheia de nada.

Dizer que têm um acordo mas que falta definir, por exemplo, a participação ou não no Governo do BE e do PCP significa na prática que não há qualquer acordo.

Aquilo que pode comprometer o BE e o PCP com o Governo da dita coligação de Esquerda é a sua pertença ao Governo. Caso contrário, BE e PCP não se comprometem com coisa nenhuma, ficam livres para continuar a agitar e dominar a rua, enquanto fritam em lume brando o PS atirando-lhe o ónus e o odioso da assumpção dos compromissos internacionais, como são exemplo o tratado orçamental, a permanência no Euro e na Europa, a NATO, entre outros temas menos populares para a base de apoio destes partidos radicais.

António Costa traíu Seguro, prometeu uma vitória grande ao PS e foi estrondosamente derrotado, e agora, para fechar com chave de ouro, faz batota democrática resgatando na extrema esquerda os mandatos que não foi capaz de obter em eleições livres!

António Costa até poderá conseguir condições formais no Parlamento para ser 1º Ministro, mas não tem quaisquer condições morais para governar com autoridade e legitimidade, o que significa na prática que, dificilmente, os portugueses se reconhecerão neste alegado líder de Governo!

Espanta-me muito o silêncio das figuras maiores do PS sobre este pretenso Governo com a extrema esquerda! Mário Soares e o PS foram a fronteira da liberdade contra o radicalismo da esquerda portuguesa, onde se incluem o PCP e os antecessores do BE, como a UDP e outras formações radicais, traçando para Portugal um rumo de liberdade e tolerância que o levaram à integração europeia.

É esse PS que António Costa e a sua ambição sem escrúpulos está a enterrar neste momento. É péssimo para Portugal e para a democracia portuguesa. Saimos todos piores disto tudo e o preço poderá ser altíssimo, lamentavelmente!

Espero que esta tragédia não se venha a concretizar, a bem do País, dos portugueses e do próprio PS!

António Ribeiro
(Texto de 20 de Outubro de 2015)

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