sábado, 1 de agosto de 2020


AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS OU O PLEBISCITO AO PROFESSOR MARCELO


O unanimismo estabelecido à volta da reeleição do Professor Marcelo Rebelo de Sousa, no seio da nomenclatura e dos media do regime, é de tal ordem, que aqueles que se atrevem a colocar este tema na agenda política são apelidados de diletantes políticos, na versão mais benévola, chegando mesmo a serem mimados com o epíteto de “tolos da política”!
Sem prejuízo de podermos concordar que a reeleição do actual Presidente da República é altamente provável, causa-nos, todavia, uma enorme estranheza esta narrativa criada e repetida até ao vómito de que a eleição do Professor Marcelo é um facto consumado e que nem sequer merece a pena avaliá-lo e perder algum tempo na sua análise.
No entanto, e ao contrário daquilo que é a voz corrente, quer-nos parecer que nunca as eleições presidenciais foram tão importantes para o redesenho do mapa político-partidário português num futuro próximo.
Convém que nos detenhamos um pouco sobre o panorama político que está criado à volta desta eleição:
1.       As candidaturas já anunciadas, ou tacitamente assumidas, incluem o Professor Marcelo, o Dr. André Ventura e o Dr. Tiago Mayan Gonçalves, apoiado pela Iniciativa Liberal (IL). Acrescem a estas, as candidaturas habituais de marcação dos espaços políticos próprios do PCP e do Bloco de Esquerda. A candidatura da Dra Ana Gomes, embora possível, perde espaço de manobra a cada dia que passa, em que os alinhamentos políticos se vão fazendo de forma progressiva. A ver vamos;
2.       Do quadro traçado no ponto anterior resulta que o arco dos partidos moderados do regime, PS, PSD, CDS e IL, têm neste momento apenas dois candidatos em perspectiva;
3.       A ausência de uma candidatura forte à direita do PS deixa espaço livre ao populismo do Dr. André Ventura, podendo este candidato atingir um resultado eleitoral politicamente muito relevante, não sendo de espantar números na ordem dos 15%, ou mesmo superiores;
4.       A confirmar-se este cenário, que neste momento se afigura como bastante verosímil, André Ventura assumir-se-á no dia imediatamente a seguir às eleições presidenciais, como o líder informal do espaço político à direita do PS, podendo o Chega atirar definitivamente o CDS, que já se encontra em estado comatoso, para o estaleiro da política portuguesa, obliterar ou tornar irrelevante o IL e amplificar, de forma muito expressiva, as tensões cada vez mais ruidosas dentro do já esfrangalhado PSD!
5.       Neste cenário, reforçar-se-ão as dificuldades crescentes de Rui Rio como líder da oposição, matéria para qual o próprio tem contribuído, diga-se em abono da verdade, de forma generosa e cada vez mais eficaz! Se mais exemplos não houvesse, bastaria trazer à liça a ideia peregrina, e politicamente letal, de ser o líder da oposição a propor ao Governo que não se mace em explicar quinzenalmente ao Parlamento e aos portugueses a sua acção governativa global e que, ao invés, o faça apenas de dois em dois meses! Creio que António Costa nem nas suas noites mais felizes, sonharia com este brinde que lhe foi oferecido de mão beijada pelo líder da oposição! Quando se fizer a próxima revisão ao anedotário da política nacional, esta iniciativa de Rui Rio e do PSD estará, seguramente, na primeira página!
6.       Em suma, e a manter-se este cenário de candidaturas e respectivos posicionamentos, André Ventura tem terreno disponível para cavalgar a onda populista e radical à direita do PS, o que reforçará e espicaçará ainda mais o radicalismo já habitual e matricial da extrema-esquerda. Desta forma, amplificar-se-á significativamente um movimento de radicalização do sistema político português, encostando o eleitorado mais aos extremos, com prejuízo óbvio do arco político da moderação, onde, apesar de tudo, se ancoraram ideias essenciais e centrais para o nosso desenvolvimento, como a Europa, a NATO e o nosso modelo de democracia liberal, do tipo ocidental.

Feito o devido enquadramento das candidaturas em presença, convém referir que o candidato Marcelo Rebelo de Sousa, para além da marca dos afectos que é seguramente merecedora do nosso aplauso, apresenta enormes fragilidades, nunca assumidas pela narrativa abonatória construída pela comunicação social do regime, e que importam destacar, nomeadamente:
·       Pretendendo ser o candidato de todos, o Professor Marcelo corre o risco de não recolher o entusiasmo de ninguém, pois não vemos os militantes dos Partidos que já anunciaram o seu apoio expresso ou tácito a este candidato a virem para a rua agitar as bandeirinhas ou a gritar vivas ao actual Presidente da República. Por maioria de razão, afinarão pelo mesmo diapasão os militantes do CDS, se este partido se fizer de morto e se se deixar ir na caravana silenciosa dos apoiantes de Marcelo para poder cantar vitória no final.
·       Com efeito, o contorcionismo político do actual Presidente da República, que tem feito os fretes todos para agradar ao Governo, ao PS e aos partidos da extrema-esquerda, tem gerado forte e legítima contestação no País e, em particular, naquela que é a sua família política de partida, a direita e o PSD. A este propósito importa aqui recordar que, ao mesmo tempo que os portugueses eram impedidos de celebrar a Páscoa com os seus familiares e não podiam deslocar-se para fora dos seus Concelhos de residência; que estavam proibidos os casamentos e os portugueses não podiam despedir-se dos seus entes queridos nos funerais, autorizava-se a celebração do 1º de Maio com mais de 1000 pessoas, transportadas a magote dentro de autocarros provenientes de vários Concelhos da periferia de Lisboa! Como cereja em cima do bolo, proíbem-se os festivais de verão, mas autoriza-se a festa do Avante, com o argumento de que se trata de um evento político e de esclarecimento das massas! Se isto não fosse trágico seria cómico! Ou seja, o Presidente da República permitiu e promoveu que o regime criasse cidadãos de primeira e de segunda categorias, sobretudo quando aquilo que estava em causa era a segurança sanitária do País e dos portugueses! Reeleição a quanto obrigas…
·       No início da pandemia, e quando o País mais precisava de liderança e acção dos seus governantes, o Presidente da República exilou-se voluntariamente em casa, cumprindo uma quarentena cujas razões objectivas ninguém percebeu! Embora possamos compreender, do ponto de vista humano, as inseguranças pessoais do Sr. Presidente da República, não se compreende esta atitude do chefe de Estado que prejudicou enormemente o País e aumentou a sensação de medo e de ansiedade dos portugueses;
·       Acresce que o Professor Marcelo, percebendo a gravidade e os danos de imagem que lhe trouxeram a incompreensível quarentena, tentou ressuscitar do seu coma político auto-induzido pré-anunciando o Estado de emergência, vendendo esta solução política ao País como se se tratasse de uma vacina legislativa contra o vírus! Mas se este primeiro Estado de emergência ainda se conseguiria entender à luz da incerteza e do desconhecimento do perfil de evolução da pandemia, já os segundo e terceiro estados de emergência, com a conivência e ratificação do Governo e Parlamento, nos pareceram de difícil compreensão, quando teria sido possível e desejável uma actuação mais selectiva sobre os grupos de risco, evitando a destruição de milhares de empresas e da economia, colocando em causa o sustento de centenas de milhares, ou mesmo de milhões, de portugueses, atirando para o desemprego, só em três meses, mais de 100.000 pessoas, sendo que os regimes de lay-off estão a adiar e a camuflar um número muitíssimo superior;
·       Pelo meio, e porque o folclore da pandemia foi profícuo em episódios trágicos e cómicos, o Professor Marcelo ainda teve tempo e imaginação para inventar “o milagre português” na luta contra o COVID19, e de demitir ao vivo e em directo nas TVs o Ministro das Finanças, com a conivência presencial do Sr. 1º Ministro! Era exactamente isso que precisávamos no meio de uma crise de dimensões dantescas e cujo alcance ainda não é possível perceber neste momento! Melhor do que isto, só mesmo acabarmos aquele glorioso dia, com o Sr. Presidente da República e o Sr. 1º Ministro a mendigarem ao Ministro das Finanças para se aguentar mais umas semanitas no cargo, para o disparate que tinham acabado de consumar não parecer tão mal e tão grave, negociando em perda a sua ida para a cadeira dourada do Banco de Portugal… Valha-nos Deus!
Em síntese, quando o País mais precisava de liderança e condução política, teve um Presidente voluntariamente exilado em casa; quando o País mais precisava de nervo, equidade e sentido de justiça no tratamento da coisa pública, teve um Presidente gelatinoso e contorcionista a criar portugueses de primeira e de segunda categorias gerando cisões e tensões políticas e sociais prejudicando o necessário clima de coesão da sociedade portuguesa na luta contra a pandemia; quando os portugueses mais precisavam de firmeza e serenidade tiveram um Presidente inconstante e pouco ponderado que, na ânsia de tudo comentar diariamente, demitiu um Ministro das Finanças em directo, agravando a crise e aumentando o medo e a ansiedade das pessoas perante o clima pandémico instalado; quando o País mais precisava de equilíbrio e sensatez tivemos um Presidente a manter o País em casa em sucessivos estados de emergência de utilidade mais do que discutível e que destruíram de forma brutal a nossa economia, pedindo de seguida lay-offs e o seu prolongamento a um País que não tem dinheiro para os pagar!
Andamos a apagar o fogo com gasolina! Julgo que hoje já é claro que, infelizmente, morreram, e sobretudo vão morrer, muito mais portugueses da cura do que da doença!
Face ao acima descrito, julgo que nos assiste o direito e a legitimidade de perguntar porque é que os nossos governantes e, sobretudo, os media do regime, insistem na narrativa de que o Professor Marcelo fez um excelente mandato e que, por consequência, está automaticamente eleito!
Estamos em crer que, no meio de muitas outras razões, temos a preguiça e a ignorância de muitos jornalistas para avaliarem com rigor o mandato do Professor Marcelo; as suas convicções político-ideológicas pessoais, que os impedem de proceder a uma análise objectiva e isenta da situação, confundindo jornalismo sério e dever de informar, com activismo e acção política encapotada e, aquilo que é mais grave, o cinismo de tantos órgãos de comunicação social e respectivos jornalistas e comentadores que vivem confortavelmente anestesiados pelo bodo dos 15 milhões de Euros pagos pelos nossos impostos, que tiveram no actual Presidente da República o principal promotor e apoiante!
Repito aqui aquilo que já escrevi em publicações anteriores: no Estado Novo tínhamos o lápis azul da censura que riscava tudo aquilo que não interessava ao regime e aos seus governantes, agora, nesta suposta democracia, temos o lápis cor-de-rosa para alindar a actuação do Sr. Presidente da República e do Governo!
Não meus senhores, não senhores jornalistas, comentadores, influenciadores e governantes do regime, não compramos a vossa narrativa de que o Presidente Marcelo tenha feito um mandato magnífico! Bem pelo contrário, achamos que a sua actuação foi insuficiente, incapaz e prejudicial aos interesses do País, e que, sem prejuízo da afectividade que soube trazer à relação com os portugueses, que é louvável e desejável, não merece ser reeleito!
Por maioria de razão, isto não pode ser um plebiscito à actuação do Professor Marcelo, mas antes umas eleições a sério, que merecem ser discutidas a fundo e em que os candidatos opositores têm de ter a coragem de dizer que o Rei vai nu e que elegemos um Presidente para ser líder e não para ser comentador! Para isso já tivemos o Professor Marcelo na TVI muitos anos a fio, e até lhe achávamos piada!
Em jeito de conclusão, parece-nos que a eleição do Professor Marcelo é seguramente muito provável, mas não é uma fatalidade!

1 de Agosto de 2020
António Ribeiro



terça-feira, 9 de junho de 2020

PORTUGAL, A MINHA PÁTRIA!


A minha Pátria é chispa do fogo divino dos Celtas, é filha da ousadia guerreira dos Lusitanos de Viriato, desafiando o maior dos impérios que o mundo já conheceu, com sede na mítica e poderosa Roma! Nasceu aqui a identidade e a vontade inquebrantável de independência e liberdade da minha Pátria!
Mas a minha Pátria é igualmente herdeira da cultura clássica e filosófica dos Gregos, discípulos aplicados da cultura maior do Egipto, da ordem e organização jurídica, administrativa e militar de Roma, influências sempre caldeadas pela cultura e civilização dos Celtas, Fenícios e outros povos de culturas vincadas e remotas.
A minha Pátria é judaico-cristã há mais de 1500 anos, mas recebeu do sul o raro privilégio do tempero muçulmano, trazido por Tariq em 711, que se eternizou e manteve com a graça do divino, nos hábitos e costumes, na língua, na arquitectura, na estética, mas também na matemática e noutras áreas do saber. Ficou-nos sobretudo uma cultura de tolerância inter-religiosa que, até muito tarde, permitiu a convivência pacífica de cristãos, judeus e muçulmanos, onde Moçarabes e Cristãos Novos coexistiram pacificamente com outras origens religiosas e crenças de partida.
A minha Pátria é fruto da reconquista cristã iniciada com a vitória de Pelayo em Covadonga, nas Astúrias, e continuada pela Família Real Leonesa até ao despontar da nossa vontade de sermos Pátria e Nação, com identidade e cultura próprias. Fundou-se com a coragem e génio militar de D. Afonso Henriques e seus apoiantes, na Batalha de S. Mamede a 24 de Junho de 1128, contra os irmãos galegos Peres de Trava, tomados ambos de amores por D. Teresa, sua mãe; reforçou-se em Ourique em 1139, sob a égide da espada flamejante de Santiago, o Matamouros; formalizou-se perante o Reino de Leão em Zamora em 1143; e viu-se definitivamente reconhecida pelo Vaticano, através da bula Manifestis probatum do Papa Alexandre III, em 23 de maio de 1179.
De 1128 até ao reconhecimento papal de 1179 houve muito sangue, suor e lágrimas, mas também muita habilidade diplomática, a que não são alheios os Templários de Hugo de Payens, doutrinados pelo primo de D. Afonso Henriques, São Bernardo de Claraval, grande reformador da ordem Beneditina e fundador da Ordem de Cister, por muitos considerado, com propriedade, o Pai espiritual de Portugal. Se da guerra e reconquista trataram os homens da Ordem do Templo, da diplomacia e estruturação política do Estado cuidaram os Monges Regrantes do Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, com destaque para João Peculiar e S. Teotónio.
Em 1147, S. Bernardo reforça o seu papel de tutor espiritual da Nação portuguesa ao negociar a participação dos cruzados na conquista de Lisboa aos Mouros, consolidando a sua ligação com Portugal, depois da instalação da Ordem de Cister no nosso País em S. João de Tarouca em 1142, seguida dos Mosteiros de Salzedas e mais tarde de Alcobaça, hoje justamente reconhecido como Património da humanidade.
A minha Pátria é fruto do génio político-estratégico de D. Dinis que, depois de negociar com Castela e Leão a fronteira mais antiga da Europa em Alcanizes, ao invés de perseguir e matar os Templários e a sua ordem, onde foram iniciados o Conde D. Henrique e o seu filho, nosso Rei fundador, conforme determinaram o Papa Clemente V e o Rei Francês Felipe IV, converteu-a na Ordem de Cristo, com a missão de defesa dos nossos mares, criando desta forma a Marinha portuguesa. D. Dinis criou assim “os cavaleiros dos mares” como lhes chamou o Padre António Vieira mais de três séculos depois, lançando as bases do movimento dos descobrimentos que viriam a despontar com a conquista de Ceuta.
A minha Pátria fez-se a 14 de Agosto de 1385 em Aljubarrota, com a coragem do nosso Mestre de Aviz, D. João I, e com o génio militar de D. Nuno Alvares Pereira, contra uma parte importante da nossa Nobreza que se tinha vendido a Castela por algumas promessas de prebendas e outras mordomias. Fez bem a D. João I ter nascido filho bastardo de um Rei, arregaçando as mangas e afirmando-se junto das famílias Reais europeias com a primeira conquista de um País europeu fora da Europa, organizando a maior operação anfíbia até àquela data, conquistando Ceuta a 21 de Agosto de 1415.
A partir daqui, o génio visionário e a teimosia do nosso Infante D. Henrique, o Navegador, o patrocínio da nossa corte e o conhecimento e meios da nossa Ordem de Cristo fariam o resto, lançando Portugal na maior das suas epopeias, os descobrimentos, celebremente imortalizados na obra prima da literatura portuguesa, os Lusíadas de Luis Vaz de Camões.
As batalhas em Marrocos contra os ditos infiéis foram feitas de glórias e tragédias, sendo que carregamos mais cicatrizes destas últimas do que palmas das primeiras. A coroar este esforço inglório fica-nos a Batalha de Alcácer Quibir, onde deixámos o nosso jovem Rei Sonhador e grande parte das nossas elites, numa empreitada militar que tinha tanto de ambiciosa como de insensata. Como sempre tem acontecido ao longo da nossa história, enganaram-se aqueles que em 1578, depois da catástrofe, anunciaram o fim de Portugal. Aqui Del Rei que perdemos o Rei, a Nobreza e a Fidalguia e não há Pátria que resista!
Mas Portugal resistiu porque, mais uma vez, os pensadores eruditos do tempo, esqueceram-se que a Pátria foi sempre fruto da vontade indómita do nobre povo que, prostrado no chão e entregue ao abandono próprio dos vencidos, sublimou mais uma vez a tragédia e inventou o “Desejado”, que haveria de voltar numa manhã de nevoeiro, por pior que fossem as intempéries do tempo e dos povos. E assim foi descobrindo o nosso povo, durante décadas, o Rei D. Sebastião em Itália e em muitos outros locais, que nos eram permitidos pela nossa capacidade mítica de resistir, de sonhar e de esperar pela salvação nacional.
A minha Pátria foi terra de Reis de dois Reinos, os Filipes de Castela, em que o primeiro cumpriu os acordos que fez com o Reino de sua Mãe, Isabel de Portugal, filha primogénita de D. Manuel I, sendo que o filho e neto, dotados de menos inteligência e sensatez políticas, ignoraram os acordos do primeiro e trouxeram-nos o tal “Rei desejado”, encarnado na figura de D. João IV, empurrado pela vaidade de D. Luísa de Gusmão, “antes Rainha por um dia, do que Duquesa toda a vida!”.
A minha Pátria é branca, negra e sobretudo mestiça, carregando na pele o cheiro impregnado da pimenta, do cravo e da canela da India, bebendo o chá e vestindo a seda da China, trazendo no pulso a prata do Japão e no pescoço o ouro de S. Jorge da Mina e do Brasil. Mas a minha Pátria traz igualmente dentro de si o perfume dos trópicos, a batata do Brasil, os quiabos de Angola, o caril de Moçambique e de tantas outras paragens, num movimento contínuo de levar e de trazer, de dar e receber, de vender e de comprar, ou simplesmente de trocar, em que o segredo esteve sempre muito mais na convivência pacífica e na capacidade de nos adaptarmos a outros povos e culturas, integrando-os, do que em fazer a guerra ou tentar dominar, porque franciscana era a nossa matriz natural. Mas é também a água, o sal e os odores dos mares e oceanos do planeta, onde deixámos o vinco e a marca do calado das nossas naus e caravelas e as lágrimas e a carne dos nossos marinheiros e navegadores.
A minha Pátria é produto mítico-filosófico das professias de Bandarra, de Camões, do Padre António Vieira e de Fernando Pessoa, num movimento sempre inacabado de construção da era anunciada por Joaquim de Fiore no século XII, que depois da idade do Pai, Deus (Antigo Testamento), com centralidade física em Jerusalém, da idade do Filho, Cristo (Novo Testamento), com centralidade física em Roma, viria a idade do Espírito Santo e o Reino da fraternidade Universal, em sintonia com a ideia do V Império de António Vieira e Pessoa, com centralidade em Lisboa, Rainha dos mares!
Deste movimento mítico-filosófico ficam-nos os descobrimentos dos Templários, tornados Cavaleiros dos Mares por D. Dinis, e as festas do Espírito Santo patrocinadas pela sua mulher, a nossa Rainha Santa Isabel, com expressões únicas a nível mundial na festa dos Tabuleiros em Tomar e, sobretudo, nas festas do Espírito Santo nos Açores. Para nossa sorte e benefício, quis o destino que D. Dinis e a Rainha Santa fossem Joaquimitas confessos, apesar da oposição da Santa Sé e do clero dominante!
A minha Pátria foi feita Império pluricontinental pela acção estratégica e determinada do nosso Príncipe mais que perfeito, D. João II, que revolucionou a geoestratégia e o comércio mundiais ao definir como desígnio nacional encontrar o caminho marítimo para a India e o Reino cristão do Preste João, contornando o Cabo das Tormentas, a quem conseguiu dar o nome de Cabo da Boa Esperança, atirando para o caixote do lixo da história o mito do gigante Adamastor. Da armada de Bartolomeu Dias viriam, em 1488, as boas novas que confirmariam as teses dos nossos navegadores, cosmógrafos e matemáticos, que seria possível chegar à Índia pelo sul, retirando o monopólio do comércio das especiarias a Árabes, Venezianos e Genoveses, tornando a Lisboa do século XVI a Capital do Comércio mundial e a mais cosmopolita da Europa. Quis o destino que o cálice da glória fosse erguido pelo seu sucessor e primo, D. Manuel I, herdeiro afortunado de uma estratégia milimétrica e teimosamente seguida pelo nosso D. João II, considerado por muitos o criador da Ciência moderna.
A minha Pátria é profunda devedora aos navegadores e marinheiros que calcorrearam mares e oceanos e que trouxeram ao nosso conhecimento dois terços da superfície da terra, como são exemplo, Vasco da Gama, Bartolomeu Dias, Pedro Alvares Cabral, Diogo Cão, João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira, Gonçalo Cabral, entre tantos outros.
Mas a minha Pátria é igualmente fruto do pensamento de Antero de Quental, de Eça de Queirós, de Oliveira Martins, Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão e do bucolismo de Teixeira de Pascoaes; dos modernismos de Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros, e de José Régio, Gaspar Simões, António Sérgio, Aquilino Ribeiro e de Miguel Torga, entre outros, assim como do Integralismo Lusitano de Francisco Rolão Preto, Alberto de Monsaraz, Hipólito Raposo e António Sardinha.
A minha Pátria é esperança de monárquicos e chama de republicanos, de homens do Estado Novo e das esperanças de Abril.
Mas a minha Pátria é sobretudo obra da resiliência, do querer e da vontade inquebrantável do seu nobre povo que, contra todas as previsões de estrategas e conhecedores da geopolítica, resistiu sempre e sobreviveu às maiores tragédias, fez-se grande pelo génio, trabalho e ousadia das suas gentes, e é hoje exemplo de terra de tolerância religiosa, étnica, social, cultural e política.
A minha Pátria é a cabeça e cara da Europa, conforme escreveu Camões e o desenhou Lima de Freitas (ver abaixo), sendo o seu cais atlântico, com banhos de Mediterrâneo a sul, assumindo-se como ponte natural para o mundo. Não é periférica na Europa porque é central para o mundo, trazendo para a Europa uma experiência com mais de 600 anos de ir e voltar, levando e trazendo, comprando e vendendo, aprendendo e ensinando, ganhando e perdendo, mas, sobretudo, integrando e mediando culturas e civilizações, revelando-se aqui a maior das suas virtudes e porventura o seu permanente e nobre desígnio.
A minha Pátria, e esta é a parte que não deveria ser dita para evitar a cobiça dos invejosos, é a melhor de todas as Pátrias, porque é Pátria de muitas Pátrias, feita e construída a partir de gentes de múltiplas e diversas Pátrias!

24 de Julho de 2019
António Ribeiro


sábado, 30 de maio de 2020

SER PORTUGUÊS

Amo esta forma de ser e de viver, esta forma de estar e de amar os outros e a sua diversidade, esta forma de ser global, sem deixar de ser único e diferente!
É um privilégio ser um de vós e viver no meio de vós, amando os outros que o não são!
É uma honra partilhar convosco o mesmo espaço, a mesma língua, a mesma cultura, a mesma história e a mesma comunidade de afectos!
É um orgulho ser parte desta Pátria que é nossa e que é de todos que recebemos!
Portugal é uma paixão eterna que vale a pena manter e aprofundar.
Gosto e sinto orgulho de ser diferente amando a diferença dos outros!
Em síntese, gosto de ser português e isso basta-me!

quarta-feira, 27 de maio de 2020


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
A PROIBIÇÃO DOS FESTIVAIS DE VERÃO
E A "BENÇÃO" DA FESTA DO AVANTE!

Lê-se numa nota publicada no site da Presidência da República:
“Quer isto dizer que, se uma entidade promotora qualificar como iniciativa política, religiosa, social o que poderia, de outra perspectiva, ser encarado como festival ou espectáculo de natureza análoga, deixa de se aplicar a proibição específica prevista no presente diploma”!
Lê-se à primeira mas não se acredita;
lê-se à segunda e fica-nos preso na garganta;
lê-se à terceira e provoca-nos o vómito!
Acho que já se perdeu todo o sentido de Estado e da decência!
A nau da campanha para as Presidenciais sopra a todo o pano e os números de circo não param de nos surpreender:
-episódio nº 1: comemorações do 25 de Abril desenhadas com 1/3 dos deputados e 100 convidados (a pressão das redes sociais, que não dos media, fez recuar o formato para números razoáveis). Presidente da República sobe à Tribuna e aproveita o seu discurso para dar um ralhete aos portugueses por terem contestado o disparate inicial;
-episódio nº 2: 1º de Maio da CGTP com mais de 1000 manifestantes na Alameda, transportados em autocarros cheios a partir de Concelhos fora de Lisboa, no mesmo fim-de-semana em que os cidadãos nacionais foram proibidos de sair do seu Concelho de residência e estavam impedidos de assistir, nomeadamente, a funerais de entes queridos. Uma semana antes os portugueses não celebraram a Páscoa com os seus familiares residentes noutros Concelhos;
-episódio nº 3: "compra" da boa imprensa com mais 15 milhões de Euros dos nossos impostos. Já aqui o escrevi e repito: no antigo regime havia o lápis azul da censura que eliminava as posições contrárias à governação, agora pagamos para o lápis rosa alindar as virtudes do poder vigente;
-episódio nº 4: proíbem-se os festivais de Verão mas, ao mesmo tempo, deixámos na lei a benção jurídica à FESTA DO AVANTE!
Que outros números desprestigiadores da República e da Democracia é que nos esperam daqui até às eleições Presidenciais?
E o que pensam a oposição e os media do regime? É só silêncio?
Pela minha parte, e para combater a crise económica que já me bateu à porta com toda a violência, com os famosos três períodos do Estado de Emergência promulgados pelo Sr. Presidente da República, vou promover um festival de Verão com um cartaz irresistível!
Obviamente cumprirei a lei: já enviei convites à Isabel Camarinha da CGTP para fazer o discurso de abertura e ao camarada Jerónimo de Sousa para o discurso de encerramento!
Obviamente não se trata de um festival, é apenas e só uma iniciativa de esclarecimento político e de educação das massas!
Este é um novo fascismo, só que desta vez tem a originalidade de vir da esquerda e de ser abençoado por um Padrinho que se diz de direita!
Isto é simplesmente MISERÁVEL!


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O GOVERNO DA RUA DE ANTÓNIO COSTA OU A "EFECTIVA CONFUSÃO" DE MÁRIO SOARES
(Texto escrito a 10 de Novembro de 2015)

António Costa consumou hoje a maior golpada da "Real politik" à portuguesa desde o 25 de Abril de 74!

Com efeito, aquele que foi o maior derrotado da noite eleitoral de 4 de Outubro, orquestrou pela via parlamentar uma legitimidade formal para governar, ignorando ostensivamente a vontade popular, negando à aliança vencedora a possibilidade de cumprir o mandato que lhe foi conferido pelo povo.
De uma só assentada, o maior cínico da política portuguesa do pós 25 de Abril, a quem já chamei de "eterno táctico", para não lhe chamar o grande maquiavel, pôs em causa alguns dos pilares fundamentais da democracia portuguesa, que sempre foram respeitados ao longo de 40 anos,

Nesta esquizofrenia política em que estamos metidos importa identificar os vencedores, os cínicos e os idiotas úteis;

1. Os vencedores: são obviamente o BE e o PCP que, com 10% e menos de 8% respectivamente, poderão cada um, a seu belo prazer, por via da assinatura de acordos separados e mutuamente independentes, condicionar a política do Governo do PS, sem se comprometerem com o ónus da governação. A não participação destes 2 partidos no Governo é a prova cabal da "ingenuidade do PS" neste processo, deixando a rua livre para o leilão demagógico dos 2 partidos que supostamente o apoiam no governo! A ausência de compromisso efectivo na não rejeição de um Governo do PS nos próximos 4 anos é a prova óbvia de toda a encenação dos supostos acordos de governação com BE e PCP! Quem é que António Costa pretende enganar?

2. Os cínicos: são António Costa e os seus acólitos do secretariado que, sabendo da embrulhada em que nos estão a meter, tentam salvar a pele distribuindo poder aos esfomeados do mesmo dentro do PS, caucionando dessa forma a sua permanência na liderança daquele que foi o partido de referência da democracia portuguesa, e que desenhou o caminho dos portugueses para a liberdade e para a Europa, precisamente contra os radicalismos da esquerda mãe do BE (UDP, PSR e outros afins) e sobretudo do organizado e pragmático PCP!

3. Os idiotas úteis: aqueles que no PS acreditam na boa fé do PCP e do BE na construção de uma solução de governo sustentável para Portugal nos próximos 4 anos e ainda não perceberam que são apenas a barriga de aluguer de um "Governo da rua" que BE e sobretudo o PCP se preparam para colocar no poder. De facto, BE e PCP sabem que o poder passou para a rua e que o "formal e frágil governo do PS" dela depende para se manter em funções!

Há gestos e actos simbólicos que dizem mais do que mil palavras: no final do debate parlamentar que derrubou o governo dos que ganharam as eleições livres em Portugal, Jerónimo de Sousa e Catarina Martins juntaram-se aos manifestantes "espontâneos" da CGTP fora do Parlamento, dizendo alto e bom som e de forma subliminar a António Costa e aos idiotas úteis do PS qualquer coisa como isto: "ora assumam lá o ónus da governação que nós temos a Rua como verdadeira vanguarda da mudança".

Mário Soares, o lider político que teve a coragem de traçar a fronteira da liberdade em 1975, e combateu na rua o totalitarismo da extrema esquerda em geral e do PCP em particular, tem andado ruidosamente silencioso neste tempo de tempestade política. Não é seu hábito calar-se, como sabemos! Todavia, no meio deste turbilhão deixou cair, na Covilhã, uma curta mas muito significativa expressão sobre o momento político que vivemos: "uma efectiva confusão". Ele lá sabe porquê!

António Ribeiro
(Texto escrito a 11 de Novembro de 2015)
VISEU EM NOVEMBRO
(Texto escrito a 9 de Novembro de 2015)


Depois de uma viagem de 6ª Feira à noite onde aproveitei para jantar e dar um abraço fraterno a muitos e bons amigos reunidos por uma importante causa na Mealhada, acordei este Sábado sob um sol radioso nas terras abençoadas da Beira Alta.

Saltei da cama com a fúria de quem não queria perder um único minuto do dia. Rapidamente mobilizei a familia, a começar por uma jovem de 87 anos que tenho a sorte de ter como mãe!

Partimos sem stress pelo caminho mais sinuoso, mas também mais encantador, desfrutando dos tons de grená, castanho, amarelo torrado e tantos outros que compõem o cenário magnífico das nossas vinhas do Dão em meados de Outono. Depois de uma homenagem obrigatória e sentida aos que já partiram mas que nunca morrem, embrenhamo-nos pelas Silvãs, Rio de Moinhos, Ladário, Povolide, Vila Meã até à mui nobre e sempre leal cidade de Viseu.

Chegámos à hora do repasto e aportámos numa casa de referência da Cidade, saciando as vísceras de forma generosa com os prazeres e sabores da Beira Alta. Em suma, um regalo! Dispensámos o café à mesa e fomos degustá-lo a uma das muitas e boas pastelarias da cidade.

Dali partimos para revisitar a Rua Formosa, o Largo da Sé, as Portas da Cidade, o sedutor Rossio! Tudo isto num rimo e cadência de quem saboreia um fruto desejado, sempre à procura de mais um sabor, mais um pormenor, mais uma tonalidade, mais uma emoção! Subimos ao meu velho, mas renovado e melhorado, Liceu Alves Martins. Que mistura tão doce de memórias e sobretudo de promessas credíveis de futuro que este espaço encerra!

Depois descemos e evoluímos até ao Largo de Sta Cristina. Passo a passo, metro a metro, fomos saboreando e degustanto esta cidade onde nasceu o nosso Rei fundador e cujo senhorio, pela sua reconhecida importância, viria a ser entregue ao nosso Infante Navegador, D. Henrique, Duque de Viseu!

Paradoxalmente, seria destas terras de serra e de interior que sairiam os primeiros navegadores da Ordem de Cristo que, começando com a Conquista de Ceuta em 21 de Agosto de 1415, ergueriam o primeiro império pluricontinental do planeta, que apenas se encerrou 600 anos depois, com a passagem de Macau para a China em 1999.

Sensações e ideias a reter: uma cidade bem arrumada, limpa, com jardins e espaços verdes impecavelmente tratados e com uma segurança nas ruas e outros espaços verdadeiramente invejável! 
E tudo isto sem presunção nem arrogância, sendo apenas aquilo que genuinamente é, fazendo juz a uma história que é anterior à nossa nacionalidade! Convenhamos que tudo isto já não é coisa pouca!

Regressámos à nossa doce aldeia, reunimos irmãos e familiares, partilhámos mesa e experiências em fraterno convívio, não sem antes voltarmos a revisitar um dos centros históricos mais bonitos das vilas portuguesas em Aguiar da Beira.

O dia esteve quente e particularmente agradável, o calor das gentes da Beira fez o resto! O magusto foi ponto obrigatório, com as castanhas que só o frio e o carácter da Beira Alta são capazes de criar!

O Domingo traz-nos outro dia radioso, pouco habituais aliás neste mês rigoroso de Novembro. Um passeio à aldeia próxima onde nasceu o meu maior amigo, o meu pai claro está! Faz-me companhia o mais novo dos meus filhos que, com apenas 9 anos, ouve pequenas mas verídicas estórias dos seus antepassados que por ali viveram e, à sua maneira, ali foram felizes!

À tarde outra experiência radical para o jovem João: apanhar míscaros e tortulhos nas matas da Escusa! Que consolo e alegria para quem ainda há poucos minutos atrás reclamava da falta de qualidade da internet e do facto de não ter trazido a playstation!

Por fim, um regresso a Lisboa com a saborosa sensação de que quem tem estas raízes e gentes tem a obrigação de ser feliz!

António Ribeiro
(Texto escrito a 9 de Novembro de 2015)
ANTÓNIO COSTA E OS DETALHES DO GOVERNO COM A EXTREMA ESQUERDA
(Texto de 20 de Outubro de 2015)

António Costa e o PS, Catarina Martins e o BE foram hoje ao Presidente da República dizer que têm uma solução sólida e sustentável para governar.

Há apenas pequenos detalhes a acertar para fechar o acordo de governo da coligação de esquerda, nomeadamente, se o BE e o PCP participam ou não no Governo! É preciso ter lata!

Sejamos sérios e falemos claro: o que isto significa é que António Costa e Catarina Martins foram ao Presidente da República com uma mão cheia de nada.

Dizer que têm um acordo mas que falta definir, por exemplo, a participação ou não no Governo do BE e do PCP significa na prática que não há qualquer acordo.

Aquilo que pode comprometer o BE e o PCP com o Governo da dita coligação de Esquerda é a sua pertença ao Governo. Caso contrário, BE e PCP não se comprometem com coisa nenhuma, ficam livres para continuar a agitar e dominar a rua, enquanto fritam em lume brando o PS atirando-lhe o ónus e o odioso da assumpção dos compromissos internacionais, como são exemplo o tratado orçamental, a permanência no Euro e na Europa, a NATO, entre outros temas menos populares para a base de apoio destes partidos radicais.

António Costa traíu Seguro, prometeu uma vitória grande ao PS e foi estrondosamente derrotado, e agora, para fechar com chave de ouro, faz batota democrática resgatando na extrema esquerda os mandatos que não foi capaz de obter em eleições livres!

António Costa até poderá conseguir condições formais no Parlamento para ser 1º Ministro, mas não tem quaisquer condições morais para governar com autoridade e legitimidade, o que significa na prática que, dificilmente, os portugueses se reconhecerão neste alegado líder de Governo!

Espanta-me muito o silêncio das figuras maiores do PS sobre este pretenso Governo com a extrema esquerda! Mário Soares e o PS foram a fronteira da liberdade contra o radicalismo da esquerda portuguesa, onde se incluem o PCP e os antecessores do BE, como a UDP e outras formações radicais, traçando para Portugal um rumo de liberdade e tolerância que o levaram à integração europeia.

É esse PS que António Costa e a sua ambição sem escrúpulos está a enterrar neste momento. É péssimo para Portugal e para a democracia portuguesa. Saimos todos piores disto tudo e o preço poderá ser altíssimo, lamentavelmente!

Espero que esta tragédia não se venha a concretizar, a bem do País, dos portugueses e do próprio PS!

António Ribeiro
(Texto de 20 de Outubro de 2015)